*ew
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****genio!!!

quinta-feira, 20 de março de 2008

Amantes Constantes

Amantes Constantes [**]
Direção: Phillipe Garrel
Com: Louis Garrel, Clotilde Hesme, Julien Lucas, Eric Rulliat, Nicolas Bridet, Mathieu Genet, Raïssa Mariotti, Caroline Deruas-Garrel, Rebecca Convenant, Marie Girardin, Maurice Garrel, Cécile Garcia-Fogel

Há um dilema quanto ao filme Amantes Constantes [Les Amants Réguliers, França, 2005], escrito e dirigido por Phillipe Garrel, que não sei dizer se é interessante ou decepcionante.
Tendo a revolta dos estudantes e sindicatos de1968 como pano de fundo, o filme segue, por um ano, o jovem poeta, de apenas 20 anos, François [Louis Garrel] e seus amigos "revolucionários"; as aspas se fazem presentes porque há um amargor semi-anacrônico no uso da palavra, pois nos é apresentado um grupo de jovens que basicamente discutem a revolução e fumam ópio - na maioria das vezes na ordem inversa. Neste ambiente François conhece Lilie [Hesme] e um romance entre os dois é engatado.
É aí que se instala uma confusão que esmaece todo o potencial que brilha na premissa do filme: esses dois polos do filme nunca parecem se conectar. A primeira hora de filme é constituída pela apresentação e reencenação das revoltas parisienses e por mais que a premiada fotografia de William Lubtchansky remeta a fotos do período, ela se torna irritante quando o seguimento se transforma em algo tão longo e enfadonho que, a única coisa que você consegue pensar [e D-us sabe o quanto eu luto contra tais atitudes] é adiantar o filme.
Resistido o impulso, adiante, quando François e Lilie se conhecem, você simplesmente não pensa mais no romance, nem nos supostos diálogos intelectualizados defumados por ópio, pois a única coisa que vem às sua mente é "qual a finalidade da primeira hora de filme, mesmo?".
Por outro lado, o filme fala de uma juventude que ao mesmo tempo que era engajada nas revoluções mundias que ocorriam na época, ela não tinha muita visão de futuro, além da esperança depositada na liberdade; especialmente a juventude burguesa [que não se assumia como tal], que é retratada no filme. Eram jovens que, hoje, podemos dizer, tinham uma visão romântica do racionalismo, da filosofia e do socialismo, e isso fica bem evidenciado no filme. Ou seja, ao mesmo tempo em que ela gritava em passeatas pela liberdade, ela agia um tanto em contra-mão da realidade. Um aspecto comprovante é o uso constante do ópio por François e seus amigos, afinal como dizia Bezerra da Silva, "pra fazer a cabeça tem hora."
Aí, talvez, resida o interessante do filme. Contudo, isso só será perceptível com deliberações e leituras pós-assistência. A não ser que você seja um bom conhecedor do período, consiga superar o inevitável tédio e pense no mesmo instante todas essas possíveis elucubrações.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quanta coisa... vai ficar difícil acompanhar... O_o
Mas faz um favorzinho: dá um brecha ao cinema contemporâneo! Faça A DIFERENÇA. Blogs falando de clássicos estão aí as pencas, Lucas.
Tem tanto filme bom que sua super cabecinha pode aclamar ou criticar.
Vamos lá!
Dá pra fazer 87649 teses de cada clássico com tanto material.
Try to make different!