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****genio!!!

segunda-feira, 17 de março de 2008

It's Too Darn Hot...

Quanto Mais Quente Melhor [****]
Direção: Billy Wilder
Com: Jack Lemmon, Tony Curtis, Marilyn Monroe, George Raft, Joe E. Brown


Quando me dizem que filmes clássicos são enfadonhos e "velhos" eu, devo confessar com um certo amargor: tenho vontade de esbofetear a criatura; sei que é falta de compostura, mas supeficialidade e preguiça em altos níveis me irritam profundamente, especialmente quando se pensa em Quanto Mais Quente Melhor [Some Like It Hot, 1959, EUA], como um clássico.
A deliciosamente amarga comédia escrita por Billy Wilder e I.A.L. Diamond e dirigida por Wilder foi e é ultrajante e corajosa ao contar as confusões em que se metem dois músicos quando decidem se travestir para escaparem de mafiosos. Essa premissa pode parecer muitíssimo comum hoje em dia, praticamente um clichê, mas lançar um filme como esse em 1959 requereu muito nervo da United Artists e todos envolvidos no filme.
Lemmon e Curtis são Jerry e Joe, respectivamente, dois músicos quebrados que precisam fugir da Chicago de 1929 após presenciarem uma chacina realizada pelo gangster Spats Colombo [Raft]. Para tal eles se infiltram numa banda feminina, mas agora como Daphne e Josephine; se dois caras entre tantas mulheres, de não tão memoráveis reputações [e aí está um dos mais saborosos aspectos do roteiro: ninguém é moralmente indiscutível nele], já é motivo para problemas, a confusão se instala e espalha quando entra a bordo a desinibida Sugar Kane, incorporada por uma Marilyn Monroe de tirar o fôlego [a cena da festa no trem é, além de hilária, memorável].
Monroe estava grávida durante as filmagens, portanto parece bem maior que sua corpulência usual; contudo, ela parece estar ainda mais sensual, roubando a maior parte das cenas em que está com seu olhar de loira-burra-que-sabe-muito-bem-o-que-quer-e-como-conseguir. Seu figurino no filme é de cair o queixo.
Lemmon é a outra grande estrela do filme. Como Daphne, ele é simplesmente hilário! O mais engraçado da personagem é que ele começa o filme como o mais sensato da dupla, mas como nada é o que parece no filme de Wilder, Joe parece ter sido feito para ser Daphne. As cenas de Lemmon com Joe E. Brown [que representa um velho milionário que se apaixona por Daphne] não são apenas engraçadas, como dignas de referências para o resto da história do Cinema.
Aliás, todo o filme de Wilder merece tal posto; tanto que é imitado até hoje em Hollywood. Na época, a Liga Católica de Decência americana classificou o filme como "C" [de condenado]; a Academia premiou seu figurino [Orry-Kelly - um dos responsáveis pelo perfeito figurino de Sinfonia em Paris], nomeou sua direção de arte e fotografia, e seus roteiro, ator [Lemmon] e diretor. Hoje é considerado o filme mais engraçado da história e 22º melhor filme de todos os tempos pelo American Film Institute.
[Soundtrack: It's Too Darn Hot - Stacey Kent]

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