*ew
**talvez...
***wow
****genio!!!

sábado, 15 de março de 2008

O Sol É Para Todos

O Sol é Para Todos [****]
Direção: Robert Mulligan
Elenco: Greogry Peck, Mary Badham, Phillip Alford, John Megna, Robert Duvall


A adaptação para Cinema, feita por Robert Mulligan [direção] e Horton Foote [roteiro], do livro ganhador do Prêmio Pulitzer de Harper Lee, O Sol É Para Todos [To Kill A Mockingbird, 1962], é daqueles clássicos que vão além da importância estética para a arte e se instalam como verdadeiros ensaios sociais. Honestamente, eu não vi até agora um filme sobre preconceito [especialmente o racial] tão tocante e maravilhoso como este.
Narrado pela adorável Scout [Badham], quando já adulta, o filme retrata o cotidiano da garota com o irmão Jem [Alford] e o amigo Dill [Megna], numa pequena cidade sulista dos Estados Unidos, e a relação dos irmãos com o pai advogado Atticus Finch. Num verão qualquer, Atticus passa a defender no tribunal, um negro acusado injustamente de estuprar uma branca; isso traz para ele e sua família alguns problemas, afinal o filme retrata uma época em que um negro demonstrar pena de uma mulher branca era extremamente ultrajante.
Gregory Peck é Atticus Finch e disso não se tem um pingo de dúvida. Pelo filme ser contado na perspectiva das crianças, especialmente Scout, a imagem que se tem de Finch é de um pai e homem exemplar, tanto que ele persiste em continuar no caso mesmo com a pressão contrária da cidade. O Atticus de Peck, que ganhou o Oscar pelo filme, é amável e digno, possuidor de uma serenidade que cativa o espectador, assim como aos filhos, vizinhos e a população da cidade. No discurso final do advogado no julgamento, Peck brilha com olhares, voz e gestos comedidos, porém pungentes e marcantes. Anteriormente, ele demonstra com sutileza e emoção a honradez de Atticus, numa cena em que ele resiste em atirar num cachorro com raiva.
O produtor Alan J. Pakula foi renomado por seus filmes sociais e psicologicamente profundos; responsável por jóias como Klute - O Passado Condena e A Escolha de Sofia, ele também foi indicado ao Oscar de 1963 pela produção de "O Sol É Para Todos", porém, a Academia carrega o fardo de nunca ter o premiado [ele morreu em novembro de 1998]. Já o roteiro de Foote é bem costurado e sóbrio: divertindo, especialmente quando fala das crianças e suas peripécias; e emocionante, a cena do julgamento e o final do filme são de tirar o fôlego, especialmente com a participação de Robert Duvall em seu primeiro filme.
No fim das contas, "O Sol É Para Todos" é um filme que ressalva a importância de todos os seres humanos por suas posturas e atitudes diante as diferentes situações da vida. Após o julgamento, uma vizinha diz para o cabisbaixo Jem uma fala que resume muito bem o teor do filme:
"Não sei se ajudo ao dizer isso... alguns homens nesse mundo nasceram para fazer nossos trabalhos desagradáveis... seu pai é um deles."
[Soundtrack: All Is Full Of Love - Björk]

Um comentário:

A.Pedro disse...

miog, vc produz litros!