*ew
**talvez...
***wow
****genio!!!

quinta-feira, 27 de março de 2008

O Turbilhão do Espírito Livre


Jules e Jim, Uma Mulher Para Dois [**** - um milhão, se houvesse tal classificação]
Direção: François Truffaut
Com: Jeanne Moreau, Oskar Werner, Henri Serre

É quase um trabalho árduo escrever sobre Jules e Jim [Jules et Jim, França, 1962]. É um filme tão vivo, que suas várias nuances dificultam cruelmente os esforços daquele que tentar resumi-los em comentários de resenha; tanto que o filme é considerado uma obra-prima, não só da filmografia de Truffaut, como da história do Cinema. Portanto, não tentarei fazer crítica de um filme tão profundo como este: vou simplesmente comentar o que passa por minha mente agora.
A história dos amigos Jules e Jim [Werner e Serre, respectivamente] com a impulsiva Catherine [Moreau] é, como o próprio filme diz num certo momento: a [re]invenção do amor. Catherine é maior que a vida! Talvez uma das maiores personagens femininas do Cinema [eu diria até da ficção], ela possui uma energia tão vibrante que repele e atrai qualquer pessoa, especialmente os homens. Jules e Jim eram dois boêmios como todos os outros de Paris, até a conhecerem e se envolverem em sua maravilhosa teia.
A quintessência do chamado Espírito Live, ela tem plena noção das várias camadas do amor, e seu desejo maior é conhecê-las, mesmo que isso implique deixar para trás o agora e correr de braços abertos para o minuto seguinte. Contudo, isso nunca é mostrado como um sinal de inconstância ou imaturidade dela. A alma dela é dessa forma, ela é a mudança, a experimentação - a liberdade. Nunca se pode jugá-la por seu passado e, assim sendo, ela também é envolta em mistério, sendo isso, talvez, o motivo da atração que ela impele às pessoas: a liberdade, por ser desejada e buscada por todos, é repleta de mistério. Catherine era assim, perdão pelo clichê, irresistível.
Na cena em que Catherine canta o tema do filme, Le Tourbillon, que indiretamente descreve sua personalidade, Jeanne Moreau é repleta por uma simplicidade que, no fim das contas, remete a como na vida, e principalmente no amor, nossa vontade inquietante de adaptarmos tudo aos nossos padrões, nos atrapalha em ver como as coisas estão bem ali à nossa frente, esperando que nos entreguemos e as aceitemos como são. Independentes e livres.
[Soundtrack: Le Tourbillon - Jeanne Moreau]

Um comentário:

Anônimo disse...

Pelo menos 4 amigos meus estão assistindo Truffaut, portanto... *bocejo*

Ele é tudo aquilo que é e Jules e Jim é tudo isso aí.

(só falta colocar Ana e Jorge pra cantar no meu comment!haha)