*ew
**talvez...
***wow
****genio!!!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

QuickFucks: Indies, Europeus, Geniais e Fúteis

QuickFucks: [Rapidinhas.] Mini-resenhas procrastinatórias com intenções redentoras ao blogueiro enrolado.

Voando Alto [A View From The Top, EUA, 2002]
Lembro que quando o filme estava em pós-produção, li uma nota numa revista que dizia que tudo ia tão mal para "Voando Alto" que a protagonista, Gwyneth Paltrow, chamava o filme de a view from my ass [uma visão da minha bunda]. Apesar de achar que a fina Miss Paltrow seria incapaz de tal indelicadeza, eu a compreenderia se isso fosse fato. Ela faz uma white trash que decide ser alguém após ler a auto-biografia de uma comissária de bordo/guru-de-loiras-sem-propósito-na-vida [Candice Bergen]. A única coisa que parece funcionar no filme é a trilha sonora que é repleta de sucessos mil-novecentos-oitentistas e depois de cada piada forçada e sem graça, não se entende nem porque Bruno Barreto [auteur do premiado - e ótimo - O Que É Isso, Companheiro?] se dispôs a fazer isso. Felizmente qualquer câmera parece adorar Paltrow e Christina Applegate, que estão adoráveis apesar da merda de filme.
Nota: *

A Experiência [Das Experiment, Alemanha, 2001]
O suspense alemão de Olivier Hirschbiegel é tudo que sua aventura hollywoodiana deveria ser: claustrofóbico, envolvente e instigante. Baseado no "experimento de emprisionamento de Stanford", o filme mostra até onde vai a humanidade no adverso ambiente de aprisionamento, acompanhando um grupo de voluntários na dita experiência. É interessante que não se sabe se a experiência é de alguma universidade ou governamental; e aos poucos o clima vai se tornando tão tenso que é impossível não se sentir como um dos participantes da experiência. Com ótimas performances, e um roteiro que aumenta o desconforto com imagens do mundo exterior, questiona muito bem o que seria o ser humano capaz quando munido de poder.
Nota: ***

Fargo - Uma Comédia de Erros [Fargo, EUA, 1996]
Frances McDormand e William H. Macy estrelam e co-estrelam, respectivamente, essa genial comédia dos irmãos Coen [Joel na direção e dividindo o texto com Ethan] que, como diz o subtítulo brasileiro, é repleta de erros tão absurdos e adoráveis que é impossível não rolar de rir. McDormand é a detetive Marge, encarregada de investigar a morte de um policial rodoviário e duas pessoas numa estrada logo após Brainerd. Ela acaba na cola do babaca Jerry Lundegaard [Macy] que contratou os excêntricos, metódicos e violentos Peter Stormare e Steve Buscemi para sequestrarem sua esposa, para que assim possa extorquir dinheiro do sogro rico. Confuso? Óbvio! E com certeza só poderia dar na sequência de desastres que o adorável filme dos Coen se torna. O fato de Marge ser uma criatura bem desengonçada e grávida de sete meses torna tudo ainda mais engraçado e, apesar de todo o elenco estar brilhante, o filme pertence tanto a McDormand, que você tem saudades de Marge sempre que ela está fora de cena.
Nota: ***

Eu Sei Que Vou Te Amar [Eu Sei Que Vou Te Amar, Brasil, 1986]
Continuando a claustrofobia cinematográfica, tive a oportunidade de assistir um dos mais incríveis exemplares do cinema nacional. Nessa fita escrita e dirigida por Arnaldo Jabor que nunca deveria ter parado de fazer cinema para falar asnerias na Globo Fernanda Torres e Tales Pan Chacon representam um casal separado que se reencontra depois de três meses e se prende numa casa que mais parece uma linda galeria para então tentar resolver suas querelas pessoais.
Estranho o texto sem pontuação, né? Mas é bem assim que o filme de Jabor te deixa, sem fôlego com algumas das mais memoráveis disputas retóricas da história do Cinema. Torres e Pan Chacon estão perfeitos [ela, porém, robando a cena muitas vezes] e, apesar da teatralidade do roteiro, a direção cirurgica de Jabor penetra até o osso das mentes das personagens.
Foi indicado à Palma de Ouro de Cannes e Torres levou o prêmio de melhor atriz.
Nota: ****

O Assassinato De Jesse James Pelo Covarde Robert Ford [The Assassination Of Jesse James by the Coward Robert Ford, EUA/Canadá, 2007]
Eu costumo dizer que qualquer filme que extraia uma performance convincente de Brad Pitt merece ser louvado. "O Assassinato", porém, tira uma performance maravilhosa de Pitt, deixando-me de queixo caído a cada cena do galã como o legendário pistoleiro do título. Mas este não é o único mérito do filme de Andrew Dominik. Um filme que tem praticamente toda sua trama no título, teria que possuir algo a mais a mostrar, e "O Assassinato" tem, de sobra, algo que faz qualquer filme assistível: humanismo. O roteiro despe de toda a fama e lenda as clássicas figuras de James [Pitt] e Ford [Casey Affleck], mostrando-nos dois seres humanos com todas as suas magnitudes e falhas, sem nunca serem julgados por seus atos dentro do filme.
Affleck recebeu uma indicação roubada ao Oscar por seu desempenho; roubada porque o estúdio fez campanha para que ele fosse indicado a coadjuvante [e foi], sendo que ele é, na verdade, protagonista. Mas sacanagens de estúdio aparte, "O Assassinato" é um filme maravilhoso, com um elenco maravilhoso, que deve ser assistido sem pestanajar.
Nota: ****

Adeus, Lênin! [Good Bye, Lenin!, Alemanha, 2003]
Nesta linda dramédia de Wolfgang Becker, Daniel Brühl estrela como um jovem alemão que mora na Alemanha oriental. Após a queda do muro de Berlim, ele dedica-se a manter a ilusão da mãe que entrou em coma dias antes do início da dissolução da União Soviética. Absolutamente tudo nesse "filme de crescimento" é válido e bonito: desde as atuações à adorável mensagem de tolerância e amor. Kathrin Sass é simplesmente perfeita como a mãe Christiane, enquanto Brühl é a personificação do filho pródigo que nunca teve a oportunidade de sair. Destaque para Maria Simon, como a filha mais nova de Christiane, Ariane.
Nota: ***

4 comentários:

A.Pedro disse...

eu já ia avisar: "miog, caralho! vc não revisa os seus textos??? ahahahahahahahhahahahahaha
muito boa a coisa da pontuação!! ótima sacada!"
bjo!

A.Pedro disse...

que porra, esqueci de fechar as aspas...

Anônimo disse...

A Experiência! Quem indicou,QUEM?
=D
Ótimo filme, simples e objetivo.
Eu vi também 'Eu sei que vou te amar' há milênios! Jisuis! Mas odeio o Jabor... ao menos como crítico. Com certeza ela deveria ter continuado a fazer cinema.
E claro, 'Adeus Lênin' (o maior mentiroso do mundo) é sublime e muito, muito bom.

Assista 'Lugar Nenhum na África'!

Anônimo disse...

haha, vi o comentário ali e pensei: realmente, cuidado com a coisa 'descontrol' miog! Escrever é uma arte, mas ser entedido através da escrita é outra maior!
=)